Talvez Beleza Negra tenha sido um dos empurrões principais para essa minha preocupação com os sofrimentos dos animais, pois mostra como os animais sofrem e são felizes nas mãos dos humanos, só dependendo do tipo de pessoa que eles conhecem. Beleza Negra é mais tocante por ser pela visão de um cavalo, que conta a história de sua vida entre altos e baixos.
Cavalo de Guerra segue o mesmo princípio de autobiografia de um cavalo. Mas este, além de passar apuros nas mãos de pessoas erradas teve que vivenciar o horror da Primeira Guerra Mundial, entre tiros, sangue, morte de humanos e animais, sofrimento e a esperança no meio de tudo isso, de pessoas boas que ele encontra nesses dias de solidão e medo.
Joey é um potro muito bonito, um cavalo que não foi feito para o trabalho em fazenda (para mim nenhum animal foi feito para trabalhar, os humanos que inventaram esse termo), mas acaba sendo comprado para isso, no meio do trabalho árduo de arar a terra, ele tem momentos felizes com seus amigos animais e o filho do fazendeiro que o comprou, que se torna a pessoa mais importante de sua vida, e de quem é separado ao ser comprado por um jovem oficial prestes a ir para a Guerra. Aí começa sua aventura, passando nas mãos de ingleses, alemães e franceses e mostrando que ninguém é mal pela raça ou nação a que pertence, uma aula de igualdade, pois ele encontra bons e mals entre essas três nações e sofre junto com eles em uma guerra sem sentido e muito dolorosa.
Uma coisa que não gostei muito no livro é o fato de Joey, o cavalo, é muito deslumbrado com a raça humana e aceita com felicidade o trabalho forçado. Achei que o autor colocou muito o ponto de vista dos humanos ai, como a vaquinha feliz, dando leite para humanos marmanjos. Isso não existe!